Apesar de doações, catadora ainda vive de maneira precária

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Ana Flávia Corrêa

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Clarice Rodrigues

Desde que o  contou a história da catadora de lixo Clarice Rodrigues, 56, sua geladeira foi tomada por frutas, verduras e até mesmo alguns quilos de carne. Todo o alimento é armazenado com o zelo e alegria quem até poucos dias tinha apenas arroz e feijão para comer.  

 

Na sexta-feira (27), a reportagem voltou a conversar com a mulher para saber como seguiu o curso da sua vida passado o Natal. Logo nos primeiros minutos de conversa, foi possível perceber a mudança em seu semblante. Os traços ora repuxados de preocupação agora são marcados pelos sorrisos que eventualmente Clarice se sente confortável a esboçar.   

 


 

Ela recebeu a reportagem em sua casa no residencial Buriti, em Cuiabá. Na companhia de Neguinha, Jorginho, Bolinha e Menino, seus 4 cachorros inseparáveis, e algumas galinhas, Clarice passou o dia em casa devido a uma dor de cabeça intensa que a impediu de trabalhar.

 

“Desde que vocês foram me visitar no lixão eu não voltei a trabalhar. No Natal eu tomei banho, fiz a minha comidinha, comi, aí eu dormi e fui acordar só às 9h. Relaxei bastante, porque como vocês viram eu estava muito debilitada. Eu pretendo voltar na segunda-feira já, se Deus quiser, espero ter forças para ir atrás do meu dinheiro”, afirmou. 

 

Apesar das doações de alimentos, a principal preocupação de Clarice é de não ter dinheiro para pagar o seu aluguel, no valor de R$ 400. O acordo é que ela acertaria com a dona do imóvel até sábado (28). Contudo, como consegue apenas R$ 25 por dia, não conseguiu juntar o suficiente este mês. 

 

“O problema é que eu fui enfraquecendo. Eu sempre choro e fico pensando que não vou ter condições de ir atrás do dinheiro para pagar o aluguel. Como eu te disse aquele dia tem vezes que dá vontade de desaparecer, morrer sem ninguém perceber”. 

 

Catadora de Lixo / Reciclarem / Ajuda

Clarice Rodrigues

Em uma casa de apenas 3 cômodos, todos os móveis estão quebrados. A cama em que deita afunda com seu peso, a geladeira foi emprestada de um vizinho – que a cobra de volta – , no fogão, apenas uma boca funciona. Sua única distração é um rádio que encontrou no aterro sanitário, em que ouve louvores e música gospel.  

 

“Eu moro aqui tem 4 meses só, vim depois que fui expulsa de uma casa de madeira que cuidava. O problema era que antes o lixão dava mais dinheiro, mas agora não dá tanto, suando muito eu ganho aquilo que te mostrei, que não dá pra quase nada, então eu fico preocupada”, explicou.

 

A falta de dinheiro é intensificada pelas dores que a impedem de ir trabalhar. Conforme relatado pela reportagem, ela tem uma ferida aberta e exposta no pé, que precisa de tratamento. Ainda, o sobe e desce das montanhas de lixo faz com que a catadora se esforce de maneira extenuante.

 

“No dia em que você me entrevistou eu passei o dia todo vomitando. Só água, já que não tinha nada no estômago. Porque às vezes você abre alguma sacola achando que vai ter algum material que dê pra você aproveitar, mas quando você vai ver é cachorro morto estourado. Então é muito ruim viver assim, mas não tem outro jeito”, finalizou.  

 

Para doações, Clarice pode ser contatada pelo (65) 9 9356 – 7768.

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