Juiz torna Paulo Taques réu por grampos e exclui delegadas

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Jessica Bachega


O juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7° Vara Criminal de Cuiabá, tornou réu o ex-secretário Chefe da Casa Civil Paulo Taques e arquivou a ação contra as delegadas Alana Cardoso e Alessandra Saturnino. Todos são investigados na Grampolância Pantaneira, acusados de mandar e efetivar escutas ilegais. 

 

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A decisão do magistrado, divulgada nesta quarta-feira (31) acompanha o parecer do Ministério Público Estadual (MPE), que aditou a denúncia para incluir Taques no rol de investigados do qual as delegadas fazem parte. Esta é a primeira vez que o ex-secretário vira réu em uma das ações que responde. 

 

“Recebo a denúncia e o aditamento oferecido pelo procurador-Geral da Justiça em face de Paulo Cezar Zamar Taques, por satisfazer os requisitos legais, vez que amparada em indícios de autoria e materialidade”, é a decisão.

 

Paulo Taques é apontado como o mandante da criação do núcleo de inteligência operado por policiais militares para ouvir inimigos políticos do ex-governador Pedro Taques (PSDB), primo do acusado, que concorria ao governo do Estado, em 2014.

 

Quanto às policiais, o procurador-geral José Antonio Borges ressaltou que não resta dúvida de que as duas praticaram a “intrusão”, “por mais que tentem justificar em seus depoimentos como a fizeram, a verdade é que o foco da Operação Forti era distinto da Pequi/Querubim já que João Arcanjo Ribeiro, a princípio, não integrava nenhuma organização criminosa, seja o ‘Comando Vermelho’ ou o ‘Primeiro Comando da Capital’”, diz trecho da decisão.

 

Pontua que as delegadas infringiram regras de ética e moralidade que devem ser praticadas por pessoas no cargo de ambas, porém não houve desrespeito a lei “ eis que o fim almejado por elas era de investigar uma infração penal”, argumentou o MPE.

 

Grampolândia
As escutas clandestinas teriam iniciado em 2014, em núcleo criado pela Polícia Militar para interceptar alvos de interesse do advogado Paulo Taques, como afirmaram os militares coronéis Evandro Lesco e Zaqueu Barbosa, e o cabo Gerson Correa.

 

Advogados, médicos, militares, políticos foram ouvidos durante quase 2 anos em que o núcleo esteve ativo. Até muito depois do fim da campanha eleitoral.

 

Em interrogatório, os militares afirmaram que a “barriga de aluguel” existe há muito tempo e é comum no MPE. A revelação fez com que o MPE abrisse investigação para apurar as denúncias.

 

Desde então, militares, MPE e Paulo Taques trocam acusações sobre o envolvimento dos grampos.

 

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