Wellington Fagundes defende maior apoio às comunidades indígenas em Mato Grosso

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Jornalista Jonas Jozino | 27/06/2019 08:36:35

Da tribuna, Senador cita vários exemplos de ações afirmativas que podem contribuir com o desenvolvimento nas reservas indígenas













Em meio à polêmica que se estabeleceu sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil, o senador Wellington Fagundes (PL-MT), líder do Bloco Parlamentar Vanguarda, formado pelo Democratas, PL e PSD, defendeu nesta segunda-feira, 24, maior apoio às comunidades indígenas. Em pronunciamento da tribuna do Senado, Fagundes destacou o trabalho que vem sendo feito em Rondonópolis, Sudeste de Mato Grosso, para melhoria da saúde e várias outras iniciativas de afirmação das comunidades indígenas, como exemplo para o país.

 “Mais do que nunca, temos que criar condições para que os nossos irmãos indígenas possam gerar renda, riqueza e sair da condição em que a maioria vive: de miserabilidade” – destacou o parlamentar, ao anunciar a reinauguração do Casa de Saúde do Índio (Cesai). A reforma, segundo ele, vai permitir que grande parte da população Bororo e outras etnias menores que habitam a região tenham condições de receber atendimento médico.

 O senador destacou que grande parte da população indígena da região estava sendo obrigada a solicitar apoio da Prefeitura quando surgia algum problema de saúde. Observou que a rede pública de saúde está sobrecarregada, e que indígenas ficam esperando por muito tempo. “Agora, com a Casai reformada, o atendimento com certeza vai melhorar” – destacou.

 Com a implantação da Universidade Federal de Rondonópolis próxima de ser concretizada, o senador anunciou também que pretende propor aos dirigentes uma parceria na área de especialização no tratamento de doenças aos indígenas, pois a instituição já dispõe de um curso de Medicina. “Da mesma forma, muitas pesquisas podem ser feitas, já que temos uma grande reserva, de 10 mil hectares de área, a reserva ambiental dos índios Bororos” – destacou.

 Para Wellington, a Federal de Rondonópolis pode ter a grande oportunidade de desenvolver, junto às comunidades indígenas, pesquisas no campo da fitoterapia, da farmácia, laboratórios, entre outros, no sentido de aliar o conhecimento dos índios à tecnologia e principalmente à pesquisa e à ciência.

 Ao lado da secretária Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Silvia Waiãpi, Fagundes também visitou um laticínio instalado dentro da reserva dos Bororos em Jarudore, em Poxoréu, que, segundo ele, serve como exemplo de que apoio às comunidades indígenas geram resultados satisfatórios. O laticínio é abastecido por leite tirado pelos próprios índios, com a criação de bovinos. Ele recorda que no começo houve resistência sobre o produto porque se questionava a qualidade técnica e de higiene. “Então, foi muito mais difícil para os próprios índios provarem isso” – observou. Hoje o laticínio atende mercados fora da cidade de Rondonópolis e também do Estado.

 Exemplo de superação – O senador do PL fez questão de destacar a própria figura de Silvia Waiãpi como exemplo de avanço e superação a partir do apoio que são concedidos aos indígenas. Com vasta experiência em gestão pública, a indígena já fez vários cursos de formação na área de saúde, além da especialização em política e em estratégia. É a primeira mulher indígena a integrar o Exército Brasileiro, tendo entrado na corporação para o corpo de saúde. Chegou a assumir a patente de 1º tenente. Ela integra também o Colégio Brasileiro de Medicina de Desastres e Catástrofes.

 Outros exemplos citados por Wellington como medida de afirmação para as comunidades indígenas é a administração da rodovia que liga Sapezal e Campo Novo dos Parecis. A rodovia corta a reserva e, com isso, garante renda para os índios. “Essa é uma discussão que hoje começa a aflorar no Brasil, em todos os Estados brasileiros” – frisou. Ele lembrou que em Mato Grosso existem muitas áreas em que os indígenas podem produzir, mas lamentou que o Estado por vezes, na tutela, acaba por prejudicar o avanço.

E o caso da aldeia dos Bororos em Meruri, próxima a General Carneiro, no Vale do Araguaia. “Os indígenas viviam em produção, com grande parceria com os produtores. Infelizmente, à época, a Funai resolveu abolir, não permitindo que os índios pudessem continuar produzindo. O que aconteceu? A miserabilidade voltou à tona, a falta de comida, as necessidades” – relatou.

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