Enquanto os médicos do Paris Saint-Germain e da seleção brasileira se reúnem para definir qual a melhor forma de tratamento para a lesão de Neymar, o jogador vive a angústia da confirmação de que ficará fora de jogos decisivos por mais uma temporada.
A fratura no quinto metatarso do pé direito, na mesma região que ele operou antes da Copa do Mundo de 2018, vai fazer o atacante desfalcar o clube francês e muito provavelmente a equipe nacional. Se isso de fato acontecer, não será a primeira vez que o técnico Tite terá de armar o time sem o seu principal jogador. Mas apesar da ausência importante, surpreendentemente o retrospecto da seleção sem Neymar não é ruim.
Neymar atuou em 26 das 32 partidas com Tite no comando, desde setembro de 2016. Nos seis jogos em que ele ficou fora, seja por contusão, suspensão ou folga, o Brasil obteve cinco vitórias e uma derrota. O único resultado negativo foi o 1 a 0 para a Argentina, em amistoso disputado em junho de 2017, na Austrália. Nos outros, vitórias contra a Venezuela por 2 a 0 (pelas eliminatórias, em novembro de 2016), 1 a 0 na Colômbia, 4 a 0 na Austrália (amistosos em 2017), 3 a 0 na Rússia e 1 a 0 na Alemanha (amistosos em 2018). Nesses compromissos, a seleção marcou 11 gols e sofreu apenas um.
Nos dois últimos jogos sem Neymar, diante de russos e alemães em março do ano passado, o craque do Paris Saint-Germain se recuperava justamente da cirurgia no quinto metatarso do pé direito. Após pouco mais de três meses afastado, o camisa dez voltou aos gramados e foi decisivo com um gol na vitória sobre a Croácia, por 2 a 0, em amistoso em junho, pouco antes da Copa.
Nas 26 vezes que Tite contou com Neymar em campo, incluindo partidas importantes do Mundial da Rússia e eliminatórias, foram 21 vitórias, quatro empates e uma derrota. O revés por 2 a 1 para a Bélgica custou a eliminação nas quartas de final da última Copa.
“Quero ficar na torcida também. Faço das minhas palavras as do Tuchel (técnico do PSG). Assim como ele, estou triste. Mas quero estar solidário e criando uma expectativa de melhora”, disse Tite.
Além de desfalcar a seleção, Neymar deve pelo segundo ano consecutivo ficar fora de confrontos fundamentais do PSG na reta final da temporada. Em 2018, a lesão tirou o atleta do duelo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões, contra o Real Madrid, que sacramentou a eliminação de sua equipe. Agora, pela mesma fase de mata-mata da principal competição europeia, o atacante não terá condições de atuar no primeiro jogo contra o Manchester United, dia 12 de fevereiro na Inglaterra, e tem chances remotas de voltar na segunda partida, dia 6 de março em Paris. Se o clube francês avançar, as quartas de final acontecerão em abril.
O PSG deve divulgar nos próximos dias um comunicado oficial com detalhes sobre a lesão de Neymar e o tempo de recuperação. O médico Rodrigo Lasmar, da seleção, está em Paris para examinar o atleta e se reunir com o departamento médico do clube. Ainda não há uma decisão se será realizada uma nova cirurgia no quinto metatarso do pé direito ou se um tratamento convencional será suficiente para recuperar o camisa dez. Embora seja menos grave do que o problema do ano passado, a situação preocupa.
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