Juiz quebra sigilo bancário de falso pastor para esclarecer mortes de quatro idoso em Novo Mundo

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O juiz da Vara Única de Guarantã do Norte, Diego Hartmann, acatou o pedido feito pela Polícia Civil para quebrar o sigilo bancário de um homem, de 35 anos, preso em junho, acusado de roubar e matar quatro idosos, em Novo Mundo, na região Norte. Para o magistrado, a medida é “viável e servirá para a melhor elucidação dos fatos”.

Na justificativa do pedido, os investigadores alegaram que o suspeito confirmou que fez transferências da conta corrente de João Juscelino Marques para a conta de João Antônio Pires, ambos encontrados mortos. Em seguida, os valores teriam sido transferidos para a conta do próprio acusado. A polícia apontou ainda que encontrou pertences pessoais de Juscelino (dois chapéus e um arreio de cavalo) em uma quitinete alugada pelo investigado.

As contas de João Juscelino e José Antônio Pires também tiveram o sigilo quebrado. “A necessidade é revelada pela situação de cometimento em tese de suposto crime de latrocínio, no qual evidencia-se pelo relatório policial, que a vítima foi roubada e logo após assassinada de forma cruel, por indivíduos que se organizaram para tais misteres indevidos, audaciosos ao ponto de continuarem a efetuar transações financeiras em nome da vítima”.

A Polícia Civil prendeu o acusado, em um hotel da cidade de São José do Rio Claro. O suspeito ainda se apresentava como pastor para se aproximar das vítimas. Segundo as investigações da delegacia da Polícia Civil de Guarantã do Norte, ele escolhia suas vítimas, todas idosas, entre sitiantes da zona rural de Novo Mundo. Depois de conquistar a simpatia delas, ele roubava, matava e queimava os corpos para dificultar a identificação e a investigação.

O primeiro crime ocorreu em dezembro do ano passado, quando o aposentado José Antônio Pires foi morto dentro da própria casa, que depois foi incendiada. O suspeito roubou a senha e o cartão da aposentadoria da vítima e passou sacar o benefício todos os meses, sendo o último em maio. Ele conheceu a vítima quando foi até o sítio dela para comprar um motor de barco e o idoso, ingenuamente, comentou que estava juntando dinheiro.

Em abril deste ano, o casal de idosos, Antonio Romão Sorrilha e Maria Munhoz, foi encontrado carbonizado dentro da residência, em um sítio na zona rural de Novo Mundo. A casa foi totalmente incendiada depois das vítimas terem a senha e o cartão do banco roubados. O casal tinha cerca de R$ 100 mil guardados.

Para a polícia, o criminoso, depois de um desentendimento, se aproximou do casal com intenção de matar e roubar o dinheiro. Ele começou a efetuar saques bancários, até que a família das vítimas percebeu a movimentação e bloqueou o cartão. Entre saques, compras e transferências bancárias, o suspeito já tinha subtraído aproximadamente R$ 15 mil, até a descoberta.

A partir da movimentação, o suspeito foi identificado pelas câmeras de segurança do banco e depois em uma loja em Sinop, em que havia feito compras com o cartão do casal de idosos.

A quarta vítima foi assassinada em 28 de maio. O sitiante João Juscelino Martins da Silva foi rendido na chácara e levado junto com sua Nissan Frontier vermelha, que foi abandonada em Colíder, e o corpo encontrado na BR-163, sentido Pará, cerca de 38 quilômetros de Novo Mundo. O suspeito também roubou o cartão do idoso e tentou sacar o dinheiro, no entanto, já era monitorado pelo núcleo de inteligência da Delegacia de Guarantã do Norte, que descobriu que logo após os crimes, ele fugia para Goiás, onde permanecia na casa de uma namorada, na cidade de Rio Verde.

Conforme o delegado Geraldo Gezoni Filho, o criminoso transferiu dinheiro da conta do casal para conta da primeira vítima e teria feito a mesma coisa no último crime. Ao ser preso, em São José do Rio Claro, o suspeito foi encontrado com o cartão da primeira vítima e celulares dos idosos e da quarta vítima.

 

Uma equipe de três investigadores, acompanhada do delegado, deu cumprimento ao mandado de prisão expedido pela Comarca de Guarantã do Norte, na cidade de São José do Rio Claro, onde o suspeito foi descoberto. Ele morava em Nova Mutum há cerca de 4 anos e, segundo a polícia, conhecia todas as vítimas.

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