Encerrado em novembro de 2014, após decisão em comum acordo, o contrato firmado entre Corinthians, Anderson Silva e a 9ine, empresa presidida por Ronaldo Fenômeno, atingiu uma marca milionária durante os três anos de duração. O ESPN.com.br teve acesso a todos os acordos e constatou que a parceria custou R$ 1,7 milhão aos cofres do clube de Parque São Jorge.
O acordo exibe também um crescimento nos valores. Anderson Silva e a 9ine receberam mais dinheiro do Corinthians justamente depois da segunda derrota para Chris Weidman, ocorrida em 28 de dezembro de 2013 e luta na qual o lutador lesionou gravemente a perna esquerda – foi constatada uma fratura na tíbia que o afastou por quase um ano do octógono.
Durante período entre os meses de novembro de 2013 e 2014, Anderson Silva e a 9ine acumularam um ganho de R$ 650 mil – o lutador, desde o primeiro acordo, firmado ainda em 2011 na gestão Andrés Sánchez, possuía direito a 80% do valor (neste caso, R$ 520 mil) contra 20% da empresa criada por Ronaldo Fenômeno, que recebeu R$ 130 mil pelo último contrato.
A primeira parceria entre Anderson, 9ine e Corinthians foi assinada em junho de 2011, quatro meses após o então campeão da divisão dos médios do UFC vestir uma camisa da equipe depois da vitória sobre Vitor Belfort, na chamada ‘luta do século’. No compromisso responsável por abrir a parceria entre o trio, o clube de Parque São Jorge pagou R$ 480 mil à dupla – R$ 360 mil para o lutador e R$ 120 mil à agência de Ronaldo.
O investimento da 9ine em Anderson Silva – o acordo entre o lutador e a empresa de Ronaldo nasceu em fevereiro de 2011 – manteve forte a ligação do atleta com o Corinthians. Tanto que, em 2012, o contrato recebeu uma valorização: o ‘Spider’ ganhou R$ 432 mil, enquanto a empresa R$ 144 mil (total de R$ 576 mil).
Exigências de ‘popstar’
Fora o valor de mais de R$ 1 milhão recebido, Anderson Silva e equipe fizeram exigências dignas de um ‘popstar’ para o Corinthians. Por exemplo, o Spider cobrava transporte aéreo com voos em jatos privados – para quando o ‘Aranha’ já estivesse no Brasil -, hospedagem em hotéis cinco estrelas (com preferência para um apontado pelo próprio lutador), motorista profissional em carro executivo e segurança particular. Tudo devidamente pago pelo clube e com direito a um acompanhante.
Até a alimentação do lutador entrou no contrato com o Corinthians. Sempre necessitando perder peso para chegar até os 84 kg da divisão dos médios, Anderson Silva pediu ‘alimentação adequada’ enquanto estivesse a serviço do clube de Parque São Jorge.
O Corinthians também revertia 5% da renda líquida de produtos que explorassem a marca de Anderson Silva ao lutador e pagava R$ 13 mil a mais por hora excedente em relação ao estipulado para as ações de marketing.
Para um evento extra de até uma hora e meia com o atleta, a diretoria corintiana era obrigada a pagar R$ 50 mil. Cada diária a mais – com oito horas de duração – tiravam R$ 65 mil dos cofres do clube destinados a Anderson Silva.