Mato Grosso é o maior detentor de rebanho bovino do Brasil, estimado em 29 milhões de cabeças, porém não está tendo animais suficientes para o abate interno. Como consequência, frigoríficos estão fechando as portas. Nesta sexta-feira (19), o Frialto, em Sinop (500 km ao Norte da Capital) decidiu paralisar as atividades e o primeiro passo foi conceder férias coletivas para os funcionários, cerca de 600 pessoas.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), Luiz Freitas, a falta de animais para o abate e o custo muito alto da atividade são os principais motivos para o fechamento das empresas. Sobre os funcionários do Frialto, Freitas diz que eles devem ser transferidos para as outras unidades do frigorífico, como no município de Matupá, Nova Canaã do Norte ou Ji-Paraná em Rondônia.
O secretário-executivo do Sindifrigo/MT, Jovenino Borges ressalta que o governo do Estado tem uma parcela de culpa neste cenário. “Estamos tentando negociar o ICMS para poder competir com os outros estados, porque além da falta de gado para o abate, muitos animais estão sendo levados para abate em outros estados, esse é o grande complicador”, disse.
O Frialto enfrentou uma crise financeira, entrando na Justiça com pedido de recuperação judicial em 2010. A dívida estava estimada em R$ 564 milhões, sendo R$ 453 milhões junto às instituições financeiras, R$ 97 milhões com os pecuaristas, R$ 6 milhões trabalhistas e R$ 8 milhões de frete.
Com quase 20 anos de mercado, o Frialto estava com capacidade para abater 500 animais por dia. A unidade de Sinop exportava para a África do Sul, Albânia, Argélia, Chile, Cingapura, Croácia, Rep da, Egito, Emirados Árabes, Hong Kong, Irã – Rep. Isl. do, Maurício, Noruega, Peru, Rússia, Suíça, Venezuela, Lista Geral, União Europeia, Bulgária, Macedônia, Nova Caledônia, Vietnã, Paraguai e Cuba.
