AGRONEGÓCIO Setor produtivo busca vagas na política

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Sissy Cambuim/A Gazeta


Nem base, nem oposição. Quem toma a frente na discussão política de Mato Grosso é o Agronegócio. Apesar da baixa densidade eleitoral do Estado diante do cenário nacional, com apenas 2,189 milhão de eleitores, a chamada qualidade do voto tem atraído cada vez mais lideranças nacionais em busca do apoio do setor ganhando destaque nas composições eleitorais.

Exemplo disso é a visita da presidente Dilma Rousseff (PT) ao município de Lucas do Rio Verde para o lançamento da safra agrícola no mês passado. A cidade tem se tornado o centro da disputa pelos votos relacionados ao setor. O evento selou a proximidade da petista com o atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller (PMDB) que é de Mato Grosso e disputou várias eleições.

Dissidente do PP, Geller foi convidado a migrar para o PMDB, já com a possibilidade de assumir o comando da pasta. A indicação da bancada (leia-se Blairo Maggi) e o convite feito pela presidente após a visita a seu município amarram a ligação do partido com o setor. Para manter a representatividade dos peemedebistas na bancada ruralista, o presidente do diretório estadual do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, aposta na candidatura do também luverdense Rogério Ferrarin à Câmara Federal.

Primo do prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PDT), Ferrarin foi seu principal adversário na campanha de 2012. Aliado a Neri, deve trabalhar pelo enfraquecimento da área de atuação político-eleitoral do pedetista que, até então, é o principal nome do agronegócio confirmado na pré-campanha do senador Pedro Taques (PDT) ao Governo.

Juntos, Taques e Pivetta convidaram o empresário Eraí Maggi (PP), maior produtor individual de soja do mundo, para compor a chapa majoritária disputando o cargo de vice-governador. O convite aconteceu justamente durante um evento de agronegócio no Rio Grande do Sul, onde discutiram a possibilidade de se realizar um projeto semelhante em Mato Grosso. O PP também traz em seus quadros o presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Favaro.

A guerra de forças não para por aí. Além do empenho do PMDB e da presidente Dilma voltando os olhos para o setor, entre os partidos da base aliada ao governador Silval Barbosa (PMDB), aparece o PSD que já ameaça colocar a postos a candidatura do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, numa chapa majoritária. Prado também é membro do Conselho da República que auxilia a presidente em questões nacionais.

Diante do quadro, voltam-se os olhos, novamente para o PR do senador Blairo Maggi, que cada vez mais vem ganhando condições de negociação com a indicação do nome do presidente do diretório regional da sigla, deputado federal Wellington Fagundes, para a disputa ao Senado, bem como para formatar a disputa para a Assembleia Legislativa onde já tem uma robusta bancada.

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