Cemat descarta possibilidade de “apagão” no Estado

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O diretor de operações da Rede Cemat, Joubert Meneguelli, afirmou, em entrevista, que não há motivos para a população mato-grossense se preocupar com futuros “apagões” ocasionados por falhas da empresa, que detém a concessão de energia elétrica no Estado.

“Não há nenhuma razão objetiva para que as pessoas temam apagões. Não temos como afirmar que não vai faltar energia, porque, uma vez ou outra, há casos pontuais. Isso porque o nosso sistema é montado para se autodesligar, caso apresente alguma falha pontual, para garantir a segurança das pessoas e do próprio sistema”, disse.
 

"Não há nenhuma razão objetiva para que as pessoas temam apagões. Não temos como afirmar que não vai faltar energia, porque, uma vez ou outra, há casos pontuais", diz operador da Cemat

Na quinta-feira (25), 25% das unidades consumidoras de Mato Grosso ficaram no escuro, por pouco mais de uma hora. A queda de energia foi registrada às 15h03 e restabelecida às 16h05.

Segundo a Cemat, a falta de energia foi ocasionada por uma falha nas instalações da Eletronorte, na subestação do Coxipó, mas o problema ainda não foi identificado.

“O problema [da falta de energia] atingiu 70% de Cuiabá e em torno de 25% dos consumidores do Estado, na ordem de 280 mil unidades consumidores”, afirmou Meneguelli.

A subestação é o ponto de suprimento do SIN (Sistema Interligado Nacional) para a Baixada Cuiabana e a região Oeste do Estado. Com o defeito, a Cemat não pode receber a energia e redistribuir para os municípios localizados nessas regiões.

O diretor da Cemat ressaltou que o problema registrado ontem não é “normal” e que aguarda explicações da Eletronorte sobre o fato.

“Não é normal. O sistema é feito para ter redundância, ou seja, nós temos diversas linhas para atender o sistema e, certamente, houve uma coincidência de eventos, que a supridora Eletronorte deverá explicar, para que houvesse essa falta [de energia]”, disse.

De acordo com Meneguelli, o sistema começou a ser religado às 15h21, gerando energia em algumas unidades consumidoras, o que significa que os municípios afetados ficaram totalmente sem energia por cerca de 20 minutos.

“A nossa central atua por controle remoto, com operações automatizadas e, à medida que se isola o ponto de defeito, nós vamos recompondo a carga através de comandos online e vamos fechando as cargas e recompondo o sistema, assim como a Eletronorte também faz”, explicou.

O diretor afirmou que a empresa conta com medidas de segurança e proteção para não incorrer em apagões a cada falha registrada no sistema de abastecimento.
 

"Cuiabá ficou com cerca de 30% dos seus consumidores ainda com energia", afirma Meneguelli

“Apesar do problema, de qualquer forma, Cuiabá ficou com cerca de 30% dos seus consumidores ainda com energia, demonstrando que a proteção conseguiu isolar uma parte do defeito e manter o fornecimento de energia nessa área”, disse.

Municípios afetados


A queda de energia afetou, além de parte da população cuiabana, os moradores de Acorizal, Alto Paraguai, Arenápolis, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Cáceres, Denise, Diamantino, Jangada, Nobres, Nossa Senhora do Livramento, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Poconé, Rosário Oeste, Santo Afonso, Santo Antônio de Leverger, Várzea Grande.

Manutenção e prejuízos


Meneguelli relembrou a ocorrência registrada na última segunda-feira (22), quando bairros das regiões da Rodoviária e do CPA (Centro Político Administrativo), em Cuiabá, ficaram sem o fornecimento de energia por até três horas, devido a um ato de vandalismo, de acordo com a empresa.

Apesar disso, ele garante que não há motivos para preocupação por parte da sociedade.

“Devemos tranquilizar a população porque foram eventos totalmente distintos. Nós tivemos, dias atrás, uma situação de vandalismo, ou seja, pessoas atingiram a nossa rede e danificaram o isolador. Já neste caso, foi uma falha que nós ainda não sabemos precisar o que foi, mas no sistema da supridora, da Eletronorte. São casos totalmente distintos. Não há relação nenhuma entre esses fatos”, afirmou.
 

Thiago Bergamasco/MidiaNews

"Quem se sentir prejudicado deve comunicar a empresa", diz diretor da Cemat

A constante queda de energia, seja a ocasionada por temporais – como o registrado no dia 16 deste mês, que deixou quase 18 mil unidades consumidoras sem luz por horas – e as momentâneas, por falhas pontuais no sistema de distribuição, causam prejuízos a algumas pessoas, principalmente comerciantes.

Porém, Meneguelli acredita que tudo pode ser resolvido, desde que a empresa seja comunicada.

“Quem se sentir prejudicado deverá comunicar a empresa, fazer a reclamação, e nós vamos avaliar. Se for responsabilidade da empresa, nós vamos assumir essa responsabilidade”, disse.

Risco de falência


A Cemat está sob intervenção da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) desde setembro deste ano e, na quarta-feira (24), seus acionistas aprovaram o plano de recuperação que aponta a venda da Cemat como a única saída para tirar a empresa do vermelho.

Eles concordaram que a venda é a solução viável encontrada pela Rede Energia para recuperar as oito concessionárias que correm risco de falência no país. Apenas a Cemat possui uma dívida bruta de R$ 1,8 bilhão.

Segundo Meneguelli, apesar dos problemas financeiros atuais, a empresa não se descuidou da manutenção do sistema e a sociedade não precisa temer por danos no fornecimento de energia.

“A empresa teve um período em que o nível de investimentos não era ideal, mas a manutenção e operação do sistema foram preservadas”, disse.

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