Maggi no PMDB pode ser o plano “B” para manter o atual grupo dominante no poder

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A possível troca do PR pelo PMDB pelo senador Blairo Maggi, está sendo considerada por muitos como um plano “B” do grupo político, formado pelo PMDB, PP, PT, PTN, PSC, PR, PHS, PTC, PRP, PC do B e PRB, para se manter no comando do Estado, elegendo o sucessor do governador Silval Barbosa (PMDB), que foi reeleito em 2010, após substituir o próprio Maggi no governo do Estado pelo período de nove meses, em 2014.

 
Blairo Maggi nunca escondeu de ninguém sua identificação e a vontade de fazer política dentro do PMDB, do qual foi militante antes de ingressar na carreira política. Sua filiação não foi possível em 2002 e ele acabou concorrendo ao governo do Estado pelo PPS, já que o PMDB na época estava ligado ao PSDB, partido que governava Mato Grosso, com Dante de Oliveira (falecido em junho de 2006). Depois de eleito, Maggi deixou o PPS e migrou para o PR para se livrar das pressões do presidente do PPS, Roberto Freire, que defendia sua expulsão da sigla pelo fato de BM ter apoiado a candidatura à reeleição do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
 
 
 
Porém, Maggi não seria o foco principal do PMDB e aliados, mas sim, uma carta na manga para o caso de ocorrer algum imprevisto que barre a candidatura do atual presidente da Assembleia  Legislativa, deputado José Riva (PSD) que está no quinto mandato consecutivo e nunca deixou de exercer um cargo de comando na Mesa Diretora do Legislativo, revezando a presidência com a primeira secretaria e que, agora, até por ligações familiares com o governador Silval Barbosa (sua filia se casou recentemente com o filho do governador) estão muito mais próximos, ao governo do Estado.
 
Riva, como todos sabem, enfrenta vários processos na Justiça e o único impedimento da “explosão” do seu nome como candidato a governador são os processos civis e criminais que o parlamentar responde na Justiça. Há informações que, dos 116 processos impetrados contra ele restaram em torno de 60 e, desses, a grande maioria está a caminho do arquivamento, restando apenas três ou quatro que podem causar alguma preocupação, mas, que também não devem prosperar. Uma vez superado esse problema e com o “nada consta” do Tribunal de Justiça de Mato Grosso nas mãos, não há quem segure o “baixinho” da possibilidade de trocar o sonho do Senado pela grande possibilidade de ser governador do Estado.
 
O próprio Riva já tem dado “pistas” sobre essa possibilidade ao afirmar reiteradas vezes que esse é seu último mandato como deputado estadual ao declarar que prefere “dar vez aos novos” e “acho que já cumpri minha missão como parlamentar e não preciso de cargo para fazer política”, deixando claro que, ou tenta um vôo mais alto, ou volta pra casa para cuidar de seus negócios particulares.
 
E, é exatamente em torno dessa possibilidade que o PSD e o próprio Riva estão trabalhando a partir de agora. Afinal, se realmente pretende se aposentar da política de mandato, como tem anunciado, a troco de que estaria ele, José Riva, interessado em montar um partido onde pode agregar todos os seus apoiadores e correligionários que militavam em praticamente todos os partidos organizados no Estado? Esta é a pergunta que não quer calar. E, mais, ninguém tem dúvida de que o PSD, da forma que foi constituído, será um partido de um só comando, sem nenhuma outra liderança de peso capaz de fazer o contraponto ou discordar abertamente das decisões que sua maior estrela política decidir tomar.
 
Por conta dessa estratégia e por tudo mais que está em jogo com vistas a 2014, o PSD não vai fazer esforço para ter um candidato disputando a eleição de prefeito em Cuiabá. O mais certo é que já tenha sido costurado e “bem amarrado” um acordo entre PSD e PMDB para que a “nova” sigla apoie a candidatura do empresário João Dorileo Leal (PMDB) em Cuiabá, com possibilidade de indicar o nome do vice para compor a cabeça de chapa e busque seu crescimento na capital elegendo o maior número possível de vereadores para formar uma base sólida no maior colégio eleitoral do Estado. A retribuição viria em 2014, quando (caso Dorileo Leal conseguir se eleger) Riva receberia o apoio incondicional do empresário, inclusive com amplo espaço em seus veículos de comunicação, que atingem praticamente todo o Estado.
 
Enquanto toda essa negociação ocorre, o senador Blairo Maggi (PR) prefere se manter em silêncio, porém, costura nos bastidores de Brasília, junto à cúpula nacional do PR, a possibilidade de deixar a sigla e ir para o PMDB sem que isso lhe custe o cargo na Justiça, uma vez que a lei entende que o mandato é do partido e não do eleito e Maggi não teria nenhuma justificativa que o amparasse nessa saída. Difícil vai ser convencer seus suplentes a não requererem o mandato, afinal ainda restam seis anos de “mamata” no Senado da República.

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