Malouf revela que Brustolin recebeu bônus de R$ 500 mil ao comprar apartamento – veja vídeo

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Celly Silva

Marcus Vaillant

Marcus Vaillant

Além de ter recebido R$ 500 mil como “luva” para cobrir os valores que perderia deixando a iniciativa privada para assumir o cargo de secretário de Estado de Fazenda, na gestão Pedro Taques (PSDB), e mais R$ 80 mil de salário adicional, todos valores pagos pelos empresários Alan Malouf (dono do Buffet Leila Malouf), Marcelo Maluf (sócio da construtora São Benedito), Juliano Bortoloto (dono da loja Todimo) e Erivelton Gasques (dono da antiga City Lar), responsáveis por sua indicação, o executivo Paulo Brustolin também teria sido beneficiado com o montante de R$ 500 mil na compra de um apartamento avaliado em R$ 1,5 milhão.

 

 

É o que relata o delator Alan Malouf ao Ministério Público Federal (MPF) em vídeo obtido pelo . Conforme já havia sido noticiado, Paulo Brustolin exigiu ganhar mais para poder deixar o cargo de diretor financeiro da Unimed Cuiabá (onde recebia R$ 60 mil) durante a transição de governo, em outubro de 2014. O executivo, que atuou apenas no primeiro ano de governo, em 2015, nega as acusações. Veja nota ao final da matéria.

                                 

De acordo com Alan Malouf, Paulo Brustolin comprou um apartamento da construtora São Benedito, que pertence a Marcelo Maluf, um dos doadores do suposto caixa 2 de Pedro Taques. Do montante de R$ 1,5 milhão, Alan Malouf teria pago R$ 250 mil e Marcelo outros R$ 250 mil, somando R$ 500 mil no valor do imóvel.

 

Segundo Alan, o valor seria abatido do montante exigido por Brustolin. Mas, ao mesmo tempo, o delator afirma que os R$ 500 mil foram pagos por ele, Marcelo, Erivelton e Juliano em 5 parcelas mensais, deixando a situação confusa. O  questionou o advogado Huendel Rolim, que faz a defesa de Alan Malouf sobre este ponto contraditório, mas ele afirmou que não poderia responder no momento. 

Alan Malouf relatou que entregava envelopes com dinheiro em espécie para Paulo Brustolin em seu escritório, sempre até o dia 5 de cada mês. “Eu ficava responsável por receber dos três empresários e repassava para o Paulo Brustolin”.

 

Questionado se tem testemunhas disso, o empresário afirmou que seus funcionários podem comprovar as declarações. “O escritório é todo de vidro. Todo mundo via, era muito claro e transparente”. 

O que Brustolin tinha de tão especial para ser indicado?

 

Esta foi uma das perguntas feitas a Alan Malouf durante seu depoimento, prestado em 30 de novembro de 2017, e ele explicou que, logo após ganhar a eleição, Pedro Taques não queria compor staff político, mas técnico, e pediu indicações de seus doadores de campanha, que indicaram Paulo Brustolin.

“Ele era executivo de renome na própria Unimed e foi uma negociação que ele impôs e como também não tinha nome, Pedro não queria nomes políticos, queria quadro de executivos, e perguntou se grupo tinha alguém pra indicar”.

 

No rol de nomes apontados pelo chamado “núcleo duro” de doadores Pedro Taques chegou a vedar alguns, como Fernando Minosso, que queria a chefia da Casa Civil, e aceitou outros, como Júlio Modesto, que assumiu a Secretaria de Gestão.

 

 

O procurador que interrogou Alan Malouf insistiu na pergunta sobre a motivação para indicar Paulo Brustolin, mesmo diante de tantas exigências dele, e Alan Malouf revelou que cada um tinha seu interesse. “No início, seria pra ter um brilhante administrador. Obviamente, Erivelton tinha os interesses dele, o Juliano tinha os interesses dele, mas nenhum fluiu como imaginado”, afirmou o delator. 

 

A respeito desses interesses, Alan Malouf afirma que os empresários esperavam retorno financeiro, mediante contratos com o governo ou recebimento dos valores com juros por parte de Pedro Taques, mas, ao verem que isso não ocorria, se negaram a continuar pagando o salário “por fora” de Brustolin, foi quando este deixou o governo entre 2015 e 2016. “O grupo falou que não ia pagar mais porque nada do que foi tratado com Pedro foi cumprido até agora”, delatou Alan.

 

Outro lado

Por meio de nota à imprensa, o governador Pedro Taques negou a prática de irregularidades durante a campanha eleitoral, bem como no exercício do mandato. Disse ainda que vai se defender das acusações no âmbito judicial e restabelecer a verdade.

“Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato. Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça”, diz em nota emitida na semana passada.

 

Também por meio de nota, o advogado Vinicius Segatto, defensor de Paulo Brustolin, se manifestou na semana passada. Nesta segunda-feira (22), ele afirmou que não poderia responder aos novos questionamentos e que atenderia a equipe de reportagem posteriormente.

 

Confira na íntegra:

O advogado do ex-secretário Paulo Brustolin, Vinicius Segatto, vem a público informar que causou enorme estranheza e indignação ao seu cliente o surgimento de seu nome ligado a uma delação premiada firmada pelo empresário Alan Malouf. 
Segatto afirma que Brustolin jamais fez qualquer pedido para assumir a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT), ao qual ficou a frente durante 18 meses e se dedicou integralmente, jamais cometendo qualquer tipo de irregularidade, tendo pautado sua atuação pelos princípios da ética, transparência e legalidade que inclusive o norteiam ao longo dos últimos 20 anos em que atua na iniciativa privada, para onde retornou após dar sua contribuição à administração pública.

 

Quanto à sua postura e seus princípios morais não há razões para questionamentos, pois, sempre atuou com lisura e honestidade e, por esse motivo, qualquer afirmação contrária é vil e leviana.

 não conseguiu contato com os empresários Marcelo Maluf, Erivelton Gasques, Juliano Bortoloto e Fernando Minosso.

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