Delator afirma que Taques se reuniu com Silval e pediu R$ 10 milhões

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João Vieira

João Vieira

Dentre vários episódios como reuniões em busca de apoiadores e recursos financeiros para a campanha vitoriosa de Pedro Taques (PSDB) em 2014, relatados pelo empresário Alan Malouf em sua delação premiada, consta que o tucano se reuniu em agosto daquele ano com o então governador Silval Barbosa para tentar viabilizar apoio financeiro no valor de R$ 10 milhões.

 

Conforme afirma Malouf na delação que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não está mais sob sigilo, a reunião foi realizada em sua residência com a participação do ex-governador e do atual chefe do Executivo que foi derrotado nas eleições deste ano e deixa o comando do Palácio Paiguás em 31 de dezembro próximo.


De acordo com o delator, também participaram do encontro o à época secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, e o empresário Erivelton da Silva Gasques, que era sócio do grupo Cyti Lar (hoje Ricardo Eletro).

  

“A referida reunião foi agendada para tentar viabilizar eventual apoio financeiro por parte de Silval Barbosa a favor de Pedro

Taques no montante pretendido de 10.000.000,00 (dez milhões de reais)”, consta no documento.

 

Naquela ocasião, conforme o relato do delator, “Sival Barbosa e Pedro Taques tiveram uma conversa reservada no ambiente (churrasqueira de Alan Malouf, por volta de 30 a 40 minutos, sendo que Alan Malouf, Pedro Nadaf e Erivelton Gasques, aguardaram a reunião reservada entre os dois, do lado de fora do recinto, mais precisamente próximo a piscina de sua residência”.

 

Ao final da reunião, Taques informou a Malouf e a Erivelton Gasques, que a pauta debatida estava acordada entre as partes.

“Dias após, Erivelton Gasques e Marcelo Malouf estiveram na Casa Civil para cobrar Nadaf sobre o cumprimento do acordado entre Pedro Taques e Silval Barbosa. Nesta oportunidade, Pedro Nadaf manifestou discordância quanto ao valor negociado por Pedro Taques e Silval Barbosa, mas informou da possibilidade de cumprir com pelo menos R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais)”

 

O documento relata ainda que passaram mais alguns dias, e não obtiveram nenhuma posição de Pedro Nadaf a respeito do recurso prometido por Silval Barbosa para Pedro Taques, ocasião em que desistiram de vez de cobrar providências acerca da referida promessa.

 

“O peticionante não sabe informar se houve qualquer recebimento decorrente da reunião entre Pedro Taques e Silval Barbosa, e caso tenha ocorrido qualquer pagamento, o peticionante desconhece”.

 

A delação de Alan Malouf foi firmada junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) depois que ele foi preso na Operação Rêmora deflagrada, originalmente em 3 de maio de 2016, para desarticular um esquema de fraudes e direcionamento de licitações para reforma e construção de escolas orçadas inicialmente em R$ 56 milhões.

 

Preso na 3ª fase da operação, batizada como “Grão Vizir”, Malouf confessou participação em vários crimes e detalhou o funcionamento do esquema e nomes de vários empresários e políticos também envolvidos ainda em dezembro de 2016. 

 

A delação foi firmada junto à PGR após a defesa de Malouf ter tentando por diversas vezes uma colaboração junto ao Ministério Público Estadual (MPE), mas sem sucesso. Malouf foi denunciado, virou réu numa ação penal e foi condenado a 11 anos e 1 mês de prisão em outubro de 2017 pelos crimes de integrar organização criminosa e corrupção passiva. 

 

Pedro Taques nega crimes 

 

Com a derrubada do sigilo da delação, Pedro Taques voltou a sustentar que não houve caixa 2 em sua campanha. 

 

Confira a nota divulgada por sua assessoria

 

Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato.

 

Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça.


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