Alan Malouf relata ameaças em 2017

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Pablo Rodrigo

João Vieira

João Vieira

O empresário Alan Malouf comunicou o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) que estaria sendo ameaçado e monitorado durante o ano de 2017 por possíveis pessoas ligadas aos fatos narrados em sua delação. As informações constam no pedido de proteção feito pelo advogado Huendel Rolim.

 

De acordo com Malouf, quando ainda se encontrava em prisão domiciliar, no início do ano passado, o mesmo teria recebido a visita do empresário Zilmar Mellati, para tratar de assuntos comerciais. Um dia após a visita, o então secretário chefe da casa Civil Paulo Taques, teria chamado Mellati no Palácio Paiaguás para perguntar qual seria o motivo da visita, já que Malouf era considerado “inimigo do governo”. Surpreso, o empresário perguntou se ele estaria sendo monitorado pelo governo. Porém, Paulo Taques não teria respondido. 

De acordo com Alan Malouf, logo após a justiça ter marcado as oitivas no caso da Operação Rêmora, ele solicitou que um mecânico de sua confiasse fosse até sua residência para buscar o seu carro para uma manutenção. 
“O Sr. Deriel – mecânico retirou o carro da residência do peticionante e ao sair do local percebeu que estava sendo seguido, por um Jeep Renegade”, diz trecho do relato encaminhado aos promotores. Na mesma ocasião, o mecânico chegou a tentar tirar foto do carro, porém, não conseguiu.

 

Outro episódio narrado pelo delator seria sobre um carro com 4 policiais civis ficar rondando o condomínio onde mora. Tal fato foi relatado pelo porteiro, que viu o carro circulando por vários dias. “Em certo momento conseguiu abordar o veículo, que estava composto por 4 policiais civis, segundo disseram. Os mesmos não deram satisfação do que estavam fazendo na região”, consta ainda em trecho do documento. 

“O requerente teme pela sua vida e de sua família, pois sabe que seus depoimentos têm atingido pessoas muitos poderosas dentro do estado, razão pela qual, vem a presença deste Gaeco, representar para que sejam apuradas as referidas informações, ouvidas as pessoas mencionadas e ao final punindo os responsáveis”, argumentou a defesa de Malouf. 
O empresário também relatou que, no final do ano passado, chegou a se encontrar com o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Paulo Brustolin. Segundo o delator, um primo o teria chamado para sair de carro para conversar particularmente. No caminho, o mesmo disse que queria que ele falasse com uma pessoa. Ao parar em um local, Brustolin entrou.

 

Durante a volta que os três fizeram em um hora, Brustolin queria saber se Malouf teria o delatado, assim como outras pessoas. “Ainda na conversa, pediu ao Sr. Alan que acaso fizesse algum acordo, que informasse a ele – Paulo Brustolin – com a finalidade de ajustarem versões, pois ele também queria entregar o Pedro”. 

Alan Malouf disse que negou que estaria fazendo delação e fez o compromisso de que, caso fizesse, avisaria ao ex-secretário. O delator acredita que pode ser sido gravado pelo ex-secretário.

 

Na delação ainda consta um boletim de ocorrência feito pela esposa de Malouf, que foi seguida até um supermercado da capital por homens dentro de um carro. Na decisão em que retirou o sigilo da delação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, compartilhou as informações das supostas ameaças ao Ministério Público do Estado (MPE/MT) para requisição de eventuais medidas de segurança para proteger o empresário.

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