Malouf cita pressão de empresário contra Taques para recuperar R$ 820 mil

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Celly Silva

João Vieira/Arquivo

João Vieira/Arquivo

Em sua delação premiada firmada com o Ministério Público Federal (MPF) sobre suposto esquema de caixa 2 na campanha do governador Pedro Taques (PSDB) e sobre fraudes na Secretaria de Estado de Educação Esporte e Lazer (Seduc), o empresário Alan Malouf, réu já condenado em ação penal da operação Rêmora, relata que o também empresário Fernando Minosso teria feito parte do caixa 2 e exigido o dinheiro de volta logo no início da atual administração.

 

Fernando Minosso é dono de diversas empresas, dentre elas o Posto Zero, em Várzea Grande, e ex-vice-presidente do PDT da mesma cidade, partido ao qual Pedro Taques era filiado nas eleiões de 2014 quando foi eleito governador de Mato Grosso. 

Consta na delação de Alan Malouf que em fevereiro de 2015 Fernando Minosso se manifestou descontente com “algumas posturas” adotadas pelo governador Pedro Taques a respeito da transição de governo. Diante da insatisfação, Minosso teria resolvido se desligar do projeto político do grupo e agendou uma reunião com Taques para cobrar a devolução do dinheiro que havia emprestado na campanha eleitoral.

Segundo Malouf, o governador se reuniu com ele e pediu que viabilizasse o dinheiro para quitar a dívida com Fernando Minosso. Malouf teria avisado a Taques que não tinha dinheiro disponível, mas se comprometeu a conversar com o grupo de amigos empresários que havia ajudado Taques na campanha para verificar a possibilidade de eles assumirem a conta.

 

Jo�o Vieira

alan malouf

O delator Alan Malouf

Alan Malouf afirma ter se reunido com os empresários Marcelo Maluf, Juliano Bortoloto e Erivelton Gasques, ocasião em que eles teriam decidido atender ao pedido do governador e saldar parte da dívida com Minosso, a título de empréstimo. A dívida seria paga de forma parcelada na pessoa física, sem vinculação com suas empresas. Cada um pagaria R$ 140 mil, totalizando R$ 420 mil que foram pagos a Fernando Minosso. 

Ainda conforme o delator, teria ficado pendente cerca de mais R$ 400 mil, valor que o empresário cobrou novamente de Pedro Taques. Este, por sua vez, teria dito que tomaria as providências e que tal quantia seria paga por seu primo Paulo Taques, então secretário chefe da Casa Civil.

 

Alan Malouf relata que semanas depois, recebeu a visita do “senhor Ênio”, que trabalha no escritório de advocacia de Paulo Taques e que, na ocasião, Ênio lhe entregou R$ 200 mil em espécie para ser entregue a Minosso, o que foi feito. Alguns dias depois, o próprio Paulo Taques teria entregue em mãos de Alan Malouf mais R$ 200 mil para quitar o empréstimo com Fernando. O valor também foi entregue ao empresário por Malouf.

O delator afirma que, após ter quitado a dívida de Taques com Minosso, pediu ao empresário que se dirigisse até o governador para informar a liquidação do débito. Posteriormente, recebeu a confirmação tanto de Minosso quanto de Pedro Taques de que o problema estava solucionado.

 

Alan Malouf não soube informar ao Ministério Público a origem do dinheiro que foi repassado, por determinação do governador, por Ênio e Paulo Taques. 

No total, o montante devolvido a Fernando Minosso foi de R$ 820 mil. O valor não consta na prestação de contas da campanha de 2014 de Pedro Taques. O  fez a busca pelo nome do empresário e de suas empresas no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE Web) disponível no site da Justiça eleitoral, porém, nenhum dado foi encontrado. 

Outro lado

 

Ao , a assessoria de imprensa do governador Pedro Taques enviou nota, onde reforça que o tucano nega as acusações de Alan Malouf relativas à sua campanha eleitoral e ao suposto esquema de fraudes na Seduc.

 

Segundo o governador, ele nunca autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante seu mandato. Ressalta ainda que já está se movimentando no processo para provar sua inocência. Confira a nota na íntegra:

Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato. Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça.

 

 não conseguiu contato com os empresários citados Fernando Minosso, Marcelo Maluf, Juliano Bortoloto e Erivelton Gasques. O ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques respondeu que irá se manifestar somente quando tiver acesso aos autos da delação.

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