Presidente do Tribunal Eleitoral, Márcio Vidal defende debate sobre pesquisa

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Lázaro Thor Borges

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Presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), o desembargador Márcio Vidal defendeu uma reavaliação por parte dos órgãos de imprensa da publicação de pesquisas eleitorais. Para o magistrado, os levantamentos têm o poder de mudar o voto do eleitor, demovendo-o de escolher o candidato em quem realmente acredita para aquele que está à frente na disputa.

 

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Vidal ainda destacou a diferença dos resultados que a grande maioria das pesquisas apontava para a eleição deste ano e o que se constatou nas urnas, afirmando que parte das previsões de voto sofrem “certa manipulação”.  

 

“É questionável se é útil e se é saudável na democracia a pesquisa, porque o que está a ocorrer é um verdadeiro plebiscito, que é justamente fruto destas pesquisas, que já sinalizavam uma polarização. Isto não é bom, não é saudável para a cidadania e para a democracia”, disse no último domingo (7), durante a apuração do 1º turno desta eleição, destacando que a previsão de que um candidato vai vencer e o outro perder faz com que muitos eleitores mudem seus votos.  

 

Dando como exemplo o caso da ex -presidente Dilma Rousseff, que despontava em primeiro lugar nas pesquisas e acabou perdendo as eleições para o Senado, Vidal diz que é preciso que seja feita uma análise por parte da imprensa e das instituições sobre a possibilidade de estudar os reais efeitos da publicação de prévias da eleição, antes que os votos sejam efetivamente contados.   

 

“Os veículos de comunicação e as instituições deveriam abrir uma grande discussão sobre se é necessário estas pesquisas em período eleitoral, estudar quais os benefícios e os malefícios que ela traz. A mim, me parece em um primeiro momento, que ela traz mais malefícios do que benefício, então ela deveria ser estancada”, defendeu.   

 

Questionado sobre a possibilidade de notícias falsas e boatos terem influenciado nas eleições deste ano, Vidal voltou a comentar sobre o tema das pesquisas e afirmou que, muito provavelmente, elas tenham tido uma influência ainda maior do que as chamadas “fake news” que circulam nas redes sociais.   

 

“Eu acho que a maior influência foi justamente a pesquisa, a pesquisa de forma desatenta à realidade. Eu tenho dito que a sociedade se constrói com justeza, com fraternidade e paz alicerçadas em dois pontos principais, que é a informação plena e o conhecimento. Muitos sistemas e muitas pessoas, notadamente na área política, insistem em continuar vivendo em cima da desinformação”, criticou o desembargador.    

 

Para Vidal, as fake news são um problema muito mais globalizado enquanto que as pesquisas estão alocadas principalmente no Brasil, onde, volta e meia, alguns institutos falham em suas previsões.

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