Mato Grosso possui 7,4 mil membros em duas facções criminosas

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 A Gazeta


Atualmente, conforme o levantamento da Polícia Federal, as duas principais facções criminosas do Brasil têm 7,4 mil integrantes em Mato Grosso. Desde total, 7 mil são membros do Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT), responsável pela atuação em diversas áreas, inclusive com abrangência internacional. O restante é membro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Marcus Vaillant

Anderson Vieira Leite

Na avaliação do superintendente da PF no Estado, Áderson Vieira Leite, os principais obstáculos para se diluir as organizações são a dinâmica de funcionamento dos grupos, que têm mutações constantes e, principalmente, a carência de recursos humanos. Todo efetivo da PF em Mato Grosso, unindo aos servidores lotados em Cuiabá e nas outras 4 delegacias, nas cidades de Barra do Garças, Cáceres, Sinop e Rondonópolis, é de 300 profissionais.

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Leite argumenta que a expansão exponencial dos grupos fez com que o governo Federal passasse a atuar no combate direto às facções e em Mato Grosso um convênio está sendo delineado entre Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) para dar início a uma força-tarefa.

Conforme o delegado, o trabalho conjunto é realizado antes mesmo da assinatura do convênio, sendo que os agentes estaduais e federais já compartilham informações, tecnologia e expertises. “Temos que usar tudo para nos antecipar e impedir que tenham sucesso nas atividades, que são diversas”.

Chico Ferreira

O delegado Ricardo Ruiz Silva, do setor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, explica que os grupos se especializam em tudo que possa gerar capitalização rápida, como assalto a banco, tráfico de drogas e sequestros. Ele também lembra que existem vários caminhos para a legalização dos recursos e as estratégicas mudam constantemente, bem como as lideranças, que costumam ter uma baixa expectativa de vida.

Drogas

No ano passado, foram apreendidas 4,5 toneladas de cocaína e apenas nos primeiros 6 meses deste ano, a quantidade já superou 4,6 toneladas. Também foram apreendidas mais aeronaves. No ano passado foram 5 e este ano, até julho, foram 8.

Devido à proximidade com os produtores de cocaína, as apreensões de maconha são menores. Chegaram a 1,8 tonelada no ano passado e este ano somam 1,2 tonelada.

Balanço semestral

Chico Ferreira

Atualmente, 2.469 inquéritos estão em andamento na Polícia Federal, em Mato Grosso. As estatísticas mostram que o índice de resposta é alto e chega a mais de 90% do total de investigações. No ano passado, 1.459 processos foram abertos e 1.329 foram relatados, ou seja, chegaram a uma conclusão.

Nos primeiros meses deste ano, 882 novas investigações foram abertas e 892 foram relatadas.

Entre os que estão em andamento, a maior parte está relacionada a estelionato contra a União (400), seguida de falsificação de documentos (304).

De acordo com corregedor Regional, Carlos Eduardo Andrade, os processos estão concentrados nas fraudes ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), principalmente as relacionadas ao recebimento de benefícios, pensões e auxílios. Existem ainda casos que envolvem o recebimento ilegal de Seguro Desemprego e Seguro Defeso, que é pago aos pescadores profissionais no período da piracema.

Com relação às falsificações, as investigações concentram-se em apresentação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e documentos de veículos falsos e ainda a apresentação de documentos ilegais em licitações ou concorrências públicas.

Outra situação que merece destaque é a apresentação de diplomas falsos às entidades de classe. Nestes casos, as pessoas querem ter acesso à carteira profissional e acabam sendo descobertas. A incidência do crime é maior nos conselhos de Medicina, Educação Física e Engenharia.

Andrade alerta as pessoas que os casos de falsificação de diploma são descobertos em 100% das investigações. E tanto faz se o vendedor seja alguém de uma instituição de ensino ou um fornecedor da Internet.

Os outros crimes com maior incidência são furto de entidades federais e tráfico de entorpecente.

Novo golpe

Um crime que vem ampliando o número de inquéritos nos últimos dias é falsificação de dinheiro. O delegado Andrade relata que os bandidos estão se aproveitando dos sites de compra pela Internet.

Eles localizam pessoas que queiram vender um celular e marcam para fazer a transação no estacionamento de um shopping ou supermercado. Quando chegam ao local, pegam o produto e pagam com as cédulas falsas. “Ou a pessoa não tem condições de avaliar autenticidade das notas ou tudo acontece muito rápido, sem que haja tempo de uma análise criteriosa dos valores recebidos”.

Nas situações acima, o golpe é descoberto quando a vítima tenta comprar algo no comércio. E, na hora de ir à polícia, não há informações sobre o suspeito além de um número de celular.

Ainda no âmbito das notas falsas, com frequência a PF está interceptando entregas de notas falsas pelo Correio. “Já temos uma parceria e quando a pessoa compra pelos sites, o pedido é rastreado. Neste esquema, sempre identificamos o comprador e o fornecedor”.

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