Dono de rede de postos diz que não aguenta carga tributária e vai deixar MT

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Karine Miranda, repórter do GD


O empresário e proprietário de uma das maiores redes de postos de combustíveis do Brasil, Aldo Locatelli, afirmou que deve deixar as empresas do Estado em razão da alta carga tributária. Ele, inclusive, saiu antes do término da reunião que participava nesta segunda-feira (28), com o governador Pedro Taques (PSDB), para discutir os reflexos da greve dos caminhoneiros.

Marcus Vaillant

Aldo Locatelli

A reunião contou com representantes do Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas do Estado (Sindmat) e do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Sindipetróleo).

Segundo Locatelli, ele já participou de várias reuniões com o governador a fim de rever o índice do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sem sucesso. A redução do imposto é requerida pela categoria em razão da greve dos caminhoneiros, que está em seu 8º dia.

“Não adianta reclamar. Eu não vou ficar discutindo o que vão fazer. É perder tempo. No que depender de mim, eles ficam aí 10 anos sem trabalhar para ver o que vai acontecer. O governador não entende”, disse.

O empresário disse ainda que a alíquota de 17%, sobre o preço do diesel é “quase um roubo”, assim como a forma como a tributação é feita. “Você tem que pensar que, quando aumenta óleo diesel da Petrobrás, cria-se uma cadeia produtiva de imposto. É uma vergonha. (…) Imagina que sua empresa tem 100 automóveis, então preciso fazer 100 notas, não posso fazer tudo em uma só”, comentou o empresário.

Por este motivo, o empresário afirmou que deve deixar o Estado. “Vou ser o primeiro a tirar minhas empresas de transporte daqui. Se eu for para Curitiba, deixar só uma filial aqui, a cada dez caminhões eu ganho um de presente. Caminhão custa R$ 400 mil. Quem é louco de ficar aqui?”, reclamou.

Apesar de ter sido um dos apoiadores e financiadores de Taques na campanha ao Senado em 2010, Locatelli não poupou criticas ao governador e lembrou que o “mandato termina daqui uns dias”.

“Não tenho esperança nenhuma, vim porque os colegas pediram. (…) Minha sugestão é ter uma delegacia especializada em combustível. Queríamos que a cada dois pontos percentuais que aumenta de arrecadação, baixasse um. Quando aumenta, vem um aumento junto. É um Estado insaciável, dirigido segundo as pesquisas, mau”, disse.  (Colaborou Celly Silva)

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