Celly Silva, repórter do GD
Onze usinas de produção de etanol e açúcar de Mato Grosso estão com as atividades paralisadas desde o final de semana, por conta da crise de abastecimento de combustível gerada com a greve de caminhoneiros, que já dura 8 dias. Tais usinas são responsáveis pela produção de aproximadamente 150 milhões de litros de etanol por mês.
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Conforme Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindalcool-MT), a escassez de óleo diesel, utilizado nas colheitadeiras e no transporte da cana, motivou a suspensão.
“A maioria das unidades produtoras de Mato Grosso está paralisada por não ter cana pra moer e, consequentemente, produzir etanol e açúcar. A gente espera que essa situação se resolva o mais rápido possível pra que a gente volte a operar”, disse nesta segunda-feira (28), durante coletiva de imprensa do Comitê de Gerenciamento de Crise, criado pelo governador Pedro Taques (PSDB), no Palácio Paiaguás.
Santos afirma que a situação pode piorar caso haja necessidade de reiniciar toda a produção química, com utilização de novas leveduras. “Como a gente opera 24 horas com produtos químicos que fazem destilação, essa paralisação pode ter que necessitar reiniciar todo o processo, que é um caos”.
Questionado sobre as perdas para o setor, o executivo explica que ainda não existe esse levantamento porque a produção já existente está estocada. Mas teme que as finanças das usinas sejam afetadas pelo fato desta ser semana de pagamentos de salários e fechamento de caixa. “Espero que isso não aconteça e não vejo isso acontecendo, mas é sempre uma preocupação se a coisa não for retomada”, disse.
Para que o problema não seja agravado, o representante do Sindalcool espera que os combustíveis parados nos bloqueios de caminhoneiros cheguem até os postos, por meio de comboios das forças de segurança, acreditando que as propostas anunciadas pelo governo federal na noite de domingo (27) atendem às demandas dos grevistas.
“A gente entende que todas as reivindicações dos caminhoneiros (absolutamente justas! Não temos nada contra, muito pelo contrário) foram atendidas pelo governo federal. Então é uma questão agora de se tomar consciência desse fato e colocar as coisas para andarem novamente, provando que o Brasil é um país rodoviário”, comentou.
