Delação de Alan Malouf é homologada no STF e deve complicar Taques

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Pablo Rodrigo, repórter do GD


Chico Ferreira

Alan Malouf foi condenado a 11 anos de prisão por corrupção na Seduc

O Supremo Tribunal Federal (STF) teria concluído a homologação do acordo de delação premiada do empresário Alan Malouf na última quarta-feira (16) em Brasília. A colaboração do empresário, que foi preso na Operação Rêmora por fraudes na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), atinge em cheio o governo Pedro Taques (PSDB), envolvendo a gestão em pelo menos 12 fatos de cobrança e recebimento de propina e corrupção.

Pessoas com foro no STF e no Superior Tribunal de Justiça  (STJ) também foram citadas por Malouf. A delação, que estaria sob a responsabilidade do ministro Roberto Barroso, revelaria eventos de esquemas de corrupção que começaram na gestão Silval Barbosa e teria continuado na atual gestão com o aval de secretários da gestão Taques.

A delação feita junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) ocorre após a defesa de Malouf ter tentando por diversas vezes uma colaboração junto ao Ministério Público Estadual (MPE). Porém, nunca aceita.

Curiosamente na semana passada, o governador Pedro Taques (PSDB) criticou o instituto de delação, afirmando que a colaboração estaria transformando “bandidos em santos”. 

Alan Malouf, que foi preso na 3ª fase da Operação Rêmora, denominada Grão Vizir, já tinha havia confessado em dezembro de 2016, sua participação no suposto esquema de corrupção na Secretaria da Educação do Estado, que cobraria propina para quitar dívidas “não declaradas” da campanha de 2014. Malouf foi denunciado, virou réu numa ação penal e foi condenado a 11 anos e 1 mês de prisão em outubro do ano passado pelos crimes de integrar organização criminosa e corrupção passiva. 

As declarações foram prestadas pelo empresário Alan Malouf ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual. De acordo com Malouf, o governador o teria procurado para que ajudasse em sua campanha de 2014 e que “teria perguntado se ele tinha interesse em assumir algum cargo no Executivo”.

Ainda no depoimento, o empresário disse não ter interesse em participar do governo. Diante da resposta, “o governador eleito teria solicitado a sua ajuda novamente para pagar débito de campanha eleitoral não declarado”.

Malouf também disse que quando o esquema foi descoberto, se reuniu duas ocasiões com o governador na sede do governo, juntamente com o então chefe da Casa Civil, Paulo Taques. O empresário teria dito a eles que o esquema estaria sendo descoberto e que o tucano respondeu que “daria um jeito de resolver”.

As denúncias vieram à tona após a prisão do empresário Giovani Guizardi, suspeito de integrar o esquema de propina na Pasta para quitar dívidas de campanha. Ele foi preso em 3  de maio de 2016 na 1ª fase da Operação Rêmora.


O empresário firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público, após ficar sete meses preso. Em sua delação, Guizardi disse que Malouf teria colocado R$ 10 milhões na campanha de Taques, e que, após a eleição, teria montado o esquema de corrupção dentro do governo para recuperar o que chamou de “investimento”.

“No final do ano de 2014, Alan Malouf mencionou que investiu a quantia de R$ 10 milhões na campanha do atual governador Pedro Taques, valor este não declarado, tendo dito também que teria de recuperar esse valor investido junto ao Estado”, diz trecho de sua delação.

Outro lado –  A defesa de Malouf, sob responsabilidade do advogado Huendel Rolim, disse por meio de nota que o empresário estaria colaborando com a justiça sem qualquer garantia de acordo de delação e espera que o processo do empresário, que se encontra no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), suba para o STF, já que Malouf citou em seus depoimentos o envolvimentos do deputado Nilson Leitão e o governador Pedro Taques.

Veja a nota íntegra

A respeito das notícias de que o STF teria homologado a delação de Malouf, a defesa de Alan Malouf reafirma que manterá sua postura quando convocado a justiça esclarecendo os fatos sem qualquer acordo de colaboração.

Importante destacar que aguardamos o julgamento do recurso de apelação perante o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, onde ficou provado que o Juízo da Sétima Vara da Capital usurpou competência da Suprema Corte.

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