Presidiários que trabalham Arena cobram da Seduc salários atrasados

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Cerca de 28 reeducandos de Cuiabá que estão sob o regime semiaberto e trabalham na Arena Pantanal, foram até a sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) na manhã de terça-feira, cobrar 3 meses de salários em atraso.

De acordo com os presidiários que usam tornozeleiras eletrônicas e aceitaram o acordo de trabalho no estádio do governo do Estado, os atrasos têm sido frequentes. Júlio Carlos, que segurava o filho de 3 anos no colo durante a entrevista, afirmou que um grande protesto estava marcado para o local, mas que devido represálias do Estado, os demais companheiros foram obrigados a desistir da mobilização, “sob pena de voltarem para o regime fechado”.

“Não é a primeira vez que esses atrasos acontecem. Estamos trabalhando na Arena desde agosto do ano passado e volta e meia eles atrasam nosso pagamento. Estamos apenas reivindicando nossos direitos”, disse carlos, acompanhado da esposa, Andrielle Batista, que estava mais exaltada. “Só saio daqui hoje se o salário do meu marido estiver na conta”, disse a mulher.

Os reeducandos foram contratados pela Seduc para trabalhar na manutenção da Arena Pantanal e, segundo eles, “fazem de tudo”, desde limpeza, até a manutenção elétrico e hidráulica dos equipamentos.

José Augusto Dias, admitiu que caso os atrasos persistam, “muitos colegas poderão reincidir na criminalidade”. Há comentários de que alguns já teriam até retirado as tornozeleiras que os monitoram à distância.

Jocinei Rodrigo, que também alega estar a 3 meses sem receber, fez um apelo em nome dos colegas e disse que a Arena Pantanal está sem nenhum funcionário devido ao não pagamento dos salários.

“Não estamos brigando com ninguém. Somos pais de família que apenas querem levar o leite dos nossos filhos para casa. Não é justo sermos discriminados assim. Por que isso?”, disse o reeducando.

Trajando o uniforme da Arena, um macacão azul com a logomarca do estádio, Paulo Henrique Rodrigues confirmou que sem os reeducandos a manutenção não está acontecendo no estádio, que recentemente teve negados os laudos da vigilância sanitária e chegou a ser fechado para o público durante jogos oficiais.

“Sem nós não há manutenção. Queremos receber”, disse.

Cada um dos 28 reeducandos recebe um salário mínimo por mês da Seduc, que em outra ocasião, ano passado, responsabilizou o governo do Estado pelo atraso.

Procurada, a Seduc divulgou nota confirmando os atrasos e justificou que foram motivados por dificuldades financeiras na Sefaz.

Confira a íntegra da nota

Sobre os repasses à Fundação Nova Chance (Funac) para o pagamento dos reeducandos que trabalham na manutenção da Arena Pantanal, a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) informa que:

1 – Os atrasos foram decorrentes das dificuldades de liberação de concessão financeira pela Secretaria de Fazenda (Sefaz), porém, nesta segunda-feira, a Seduc efetuou à Funac, responsável pelo repasse aos trabalhadores, o pagamento referente à folha do mês de janeiro, cujo valor é de R$ 13.886,00.

2 – Informa ainda que nesta terça-feira solicitou à Funac que protocole o pedido de pagamento referentes aos meses de fevereiro e março, que somam R$ 21.989,70. Assim, que receber o pedido, a Seduc prosseguirá com o pagamento.

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