Leilão de rodovias de MT por R$ 16 mi é investigado por suspeita fraude – veja documento

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Pablo Rodrigo/ GD


O Ministério Público de Contas (MPC), ligado ao Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) decidiu abrir investigação interna para apurar possíveis irregularidades no pregão eletrônico que leiloou trechos de 111,9 km da rodovia MT-100 em Alto Araguaia e de 188,2 Km da rodovia MT-320 | MT-208 em Alta Floresta.

Rafael Manzutti/Sinfra-MT

A decisão é do procurador-geral de Contas, que após ter recebido a denúncia da deputada estadual Janaina Riva (MDB), decidiu intaurar a investigação por suspeita de fortes indícios de direcionamento de licitação.

Uma das suspeitas é de que as concessões possam estar ligadas à enventual prática de corrupção e financiamento de campanha.

Isso porque o Consórcio vencedor – Via Brasil, teria entre suas empresas, uma que faria parte do mesmo grupo empresarial da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, famosos pelo envolvimento na Operação Lava Jato.

A suspeita de fraude é porque as mesmas rodovias – MT-100, MT-320 e MT-208 já tinham sido licitadas em 2014, tendo como vencedor uma das empresas pertecentes ao irmãos Batistas.

Porém, em 2015 o governador Pedro Taques (PSDB) cancelou todos os lotes licitados por Silval sob argumento de que foram licitados no final do governo Silval, o que foi classificado como “estranho”.

Agora no último dia 28 de fevereiro elas foram leiloadas na Bolsa de Valores de São Paulo por R$ 16,1 milhões, bem acima dos R$ 4,6 milhões, que eram os valores mínimos previstos no edital para ambos os lotes.

Delação de Silval 

João Vieira

Em sua delação premiada, Silval Barbosa disse que ajudou com R$ 4 milhões a campanha de Pedro Taques em 2014. O esquema teria sido feito via JBS/S.A, dos irmãos Batista.

O ex-governador disse ao MPF que decidiu repassar as propinas recebidas pela JBS, para a campanha de Pedro, tendo ele e Nadaf se reunido com o proprietário da empresa, Wesley Batista, em São Paulo, quando disse que queria utilizar de R$ 4 milhões dos “retornos” para “ajudar” Taques.

Wesley Batista teria concordado e dito que já havia ajudado Taques para a campanha ao Senado com valores através de uma “off-shore”, contudo, antes de realizar o pagamento, Wesley queria conversar com Taques para que o esquema “ficasse bem armado”.

“Após tal reunião Pedro Nadaf, juntamente com Alan Malouf (coordenador da campanha de Pedro Taques) foram até a sede do Grupo JBS S/A, em São Paulo, para tratar do assunto com Wesley Batista, restando definido na reunião que Wesley Batista viria até a cidade de Cuiabá para conversar pessoalmente com Pedro Taques, tendo Pedro Nadaf informado ao Declarante, posteriormente, que tal encontro teria ocorrido; Que o Declarante acredita que o valor de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) tenha sido pago, pois o crédito do Declarante perante Wesley de R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) passou a ser R$ 8.000.000,00 (oito milhões de reais)”, diz trecho da delação.

Irmão Avalone

Outra suspeita é por conta de que a empresa Conasa, que também pertence ao Consórcio vencedor, tem como um dos seus sócios Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi sócio do doleiro Alberto Yousseff – um dos primeiros presos e delatores da Lava Jato – e é sócio dos irmãos Marcelo Avalone e Carlos Avalone (PSDB) que é o atual secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) em outras empresas de energia em Mato Grosso. 

Reprodução/GazetaDigital

 


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