4 mulheres acusam obstetra por ‘terror’ no parto

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Keka Werneck/GD


Médico ginecologista e obstetra Jarbes Balieiro Damasceno, natural de Manaus (AM) e que atua em Cáceres (225 km a Oeste), é acusado de erro médico, falha ética e violência obstétrica em pelo menos 4 casos.

Vítimas narram “momentos de terror”, nas mãos dele, na hora do parto.

O obstetra, que já responde a pelo menos 2 processos no judiciário, sendo um em Cáceres e outro em Campo Grande (MS), é acusado agora pela dona de casa Rosa Maria Martins Pires, 27, e uma estudante, de 25 anos. Confira o relato dela.

A estudante deu entrevista ao Gazeta Digital chorando. Nitidamente traumatizada, afirma que depois de tudo que passou não é mais a mesma pessoa.

Dia 5 de novembro do ano passado, entrou em trabalho de parto. Reclama que às 14 horas o médico estourou a bolsa dela com as mãos, na maior brutalidade, e a fez esperar até 17h30 sentindo dores e ouvindo comentários ofensivos.

“Não consigo falar disso sem chorar. Teve horas que preferi morrer de tanta dor e descaso, uma falta de cuidado”, lamenta.

Sobre o post no Facebook, explica que o motivo dela não é acusar ou ofender ninguém. “Mas precisamos falar disso: violência obstétrica é uma realidade!”

O filho dela nasceu e está bem.


Eles registraram boletim de ocorrência e acionaram o médico no Judiciário.
Já no caso de Rosa e do marido dela, o eletricista Roni Willian Cuiabano do Couto, 30, a criança faleceu.

Ela esperava uma menina, Vitória, e já estava no 9º mês de gestação.

O casal alega que o médico agiu com violência durante o parto, no dia 29 de maio deste ano, e a criança precisou ser reanimada após nascer, mas morreu uma semana depois, no último domingo (04).

“Vivi momentos de terror, empurraram minha bebê para dentro quando ela já estava saindo, depois forçaram minha barriga no centro cirúrgico, até a criança sair à força, não é certo isso, sinto até hoje dores em todo o corpo”, lamenta Rosa, ainda muito traumatizada. “Não consigo falar do assunto que choro”.

No dia do parto, ela  começou a sentir contrações às 9h. Foi para o Hospital São Luiz e passou por consulta com o médico Jarbes. Às 15h, ultrassom constatou redução de líquido amniótico. A indicação do radiologista era de fazer uma cesariana, mas o obstetra insistiu no parto normal. Ficou sentindo dores até anoitecer. Por volta das 21h, o bebê “coroou”.

Rosa afirma que o médico chegou e começou a puxar a criança, mal humorado, mas uma enfermeira alegou que o ambiente não era propício, porque sujaria de sangue. A acusação é a de que nessa hora o médico empurrou a criança para dentro, para que a paciente fosse levada de maca ao centro cirúrgico, onde começaram a apertar a barriga dela com violência de tal forma que os pontos da cesárea do segundo filho dela, um menino de 2 anos, estouraram.

A parturiente teve hemorragia interna e foi encaminhada à UTI, em risco de morte.

No boletim de ocorrência, o marido narra que o médico a agrediu também verbalmente durante todo o parto. “Você é muito mole” – seria uma das expressões usadas por ele.

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso e a direção do Hospital São Luiz, onde ocorreu o parto, afastou o profissional, até que tramite processo interno para apurar, em 30 dias, a conduta dele.

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), no qual é inscrito como ativo, não consta nada que o desabone.

Gazeta Digital tentou falar com o médico sobre as acusações mas não conseguiu fazer contato e ainda não tem informações se ele constituiu advogado.

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