FEBRE AMARELA Mortes em Minas provocam corrida por vacinas em Cuiabá

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A Gazeta


Chico Ferreira

As oito mortes já confirmadas em Minas Gerais – além de 53 registradas – por febre amarela acabou gerando preocupação em Mato Grosso. Na capital, aumentou neste mês de janeiro a procura por vacina contra esta infecção grave, causada por vírus e transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, no campo, e na cidade, pelo Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue, zika e da febre chikungunya.

O resultado desta preocupação é que estão esgotando as doses nos dias pré-determinados para vacinação pelos postos de saúde de Cuiabá. Cada um deles vacina em um dia da semana. Isso porque o frasco da vacina acondiciona 10 doses. Uma vez aberto, só dura 6 horas. Então, o agendamento é recomendado pelo próprio Ministério da Saúde para evitar desperdício.

Na tarde desta quinta-feira (19), a assistente social Edilaine Almeida, moradora do bairro Aclimação, saiu do posto de saúde do Terra Nova sem vacinar as filhas, Clara Emília, 4, e Iara, 11, além do enteado Pedro, 12, e a vizinha, Stephane, 12. “Já tínhamos ido a três postos e não conseguimos vacinar e nem neste”, lamenta Edilaine. “Não estou assustada, mas o surto de Minas me chamou a atenção sim”, admite.

No posto do Terra Nova, a informação era de que as doses desta quinta-feira, dia da semana em que vacina contra a febre amarela é aplicada, já haviam esgotado logo no início da tarde. A enfermeira Deisi Bocalon explicou que, devido à procura, a vacinação agora será feita em dois dias da semana, terças e quintas.

No Areão, a vacinação estava normal, até que nesta quarta-feira (18) a geladeira pifou. A enfermeira Josiane Seidel conta que os pacientes estavam formando fila no posto. “Vamos consertar a geladeira e voltar a vacinar, mas enquanto isso estamos encaminhando aos postos próximos”, justifica.

No posto do Jardim Leblon tem vacina no estoque. Nesta sexta-feira (20) será dia de imunização, assim como às terças. A enfermeira Marta Cristina Cruz explica que, ao sentir a grande procura, fez um pedido a mais e não faltou. “Vai bombar nesta sexta”, prevê.

Coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães afirma que não está faltando vacina no estoque da Secretaria de Estado de Saúde (SES), mas ressalta que só devem ir vacinar quem não tem a comprovação, no cartão vacinal, de duas doses. O problema é que muita gente não tem mais o cartão. “Não pode perder, é documento para vida toda”, adverte.

Embora Mato Grosso esteja no mapa de risco para febre amarela, em 2015 e 2016 foram registrados seis casos suspeitos, porém descartados. Este ano, nenhum registro.

Na rotina vacinal, as doses contra a febre amarela devem ser dadas aos nove meses e o reforço aos quatro anos.

Sintomas da doença são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. Quando agrava, ataca fígado e rins, causando icterícia, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

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