Negociata na AL deveria ser sigilosa

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Apesar de as afirmações do presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), serem no sentido de que o reajuste do valor da verba indenizatória vem sendo feito com transparência pela Assembleia Legislativa, a manutenção de outros benefícios seria fruto de um acordo sigiloso firmado com os demais parlamentares.

Uma das “regras” impostas seria justamente a de que o pagamento desses valores “extras” (que, conforme a apuração de A Gazeta seriam da ordem de R$ 127 mil mensais por deputado, mas, segundo as declarações de Maluf, poderiam ser de R$ 107 mil) não deveria ser divulgado. Fontes do Parlamento, no entanto, repassaram as informações que embasaram a reportagem publicada na edição do jornal que circulou nesta quinta-feira (16).

Na tentativa de desmentir a publicação, Maluf discursou na tribuna durante a sessão plenária de ontem. Entre afirmações sobre a existência de uma “máfia da comunicação” e de que os dados revelados pelo jornal são mentirosos, pontuou as medidas que sua gestão vem adotando no sentido de promover um enxugamento de gastos no Legislativo, sendo a principal delas a redução do número de servidores comissionados.

Nos bastidores da AL, no entanto, a iniciativa não é nenhum pouco bem vista. A situação chegou a um ponto em que quase toda sessão conta com o “desabafo” de um deputado. As críticas vão da falta de pessoal para auxiliar o trabalho das comissões permanentes, à precarização de serviços essenciais, como a manutenção dos microfones das mesas que os parlamentares ocupam em plenário.

Os cortes feitos nos contratos com fornecedores também são alvos de queixas. Falta material de expediente, como papel e grampos nos gabinetes, sem contar copos descartáveis junto aos bebedouros e papel higiênico nos banheiros para atender aos visitantes da Casa.

A maioria dos deputados tem tido que bancar o material usado em seus gabinetes e até nas comissões permanentes e de inquérito em funcionamento com recursos próprios. Acontece que, apesar da promessa de aumento da verba indenizatória, parte deles ainda não recebeu nenhum dos repasses, desde fevereiro, a título desse benefício.

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