Prestes a estrear sua primeira novela na Record, “Pecado Mortal”, Carlos Lombardi relembrou os 31 anos de trabalho na Globo.
“Sei que fui, junto de 20 autores e outros profissionais, uma das pessoas que construiu o padrão Globo de qualidade. Mas não estou com a mínima vontade de virar uma história do passado, me interessa mais o presente”, afirmou ao jornal “Folha de S. Paulo”.
O autor afirmou que há menos burocracia em sua nova emissora. “Na Record, é menor a possibilidade de lidar com o imprevisto, com o improviso. Mas tem menos burocracia, porque há menos chefia. É impressionante como aumentou o esquadrão burocrático da Globo. Na Record, seu chefe está a duas portas.”
O novelista afirmou que não tem pretensão de elevar a audiência do canal em curto prazo. “Houve uma queda real e clara de audiência na Record. Não tenho a pretensão de virar o jogo com rapidez. Vou correr atrás. O objetivo é voltar a ser vice-líder nesse horário, mas a longo prazo.”
Lombardi ainda criticou a classificação etária das novelas e alfinetou a Igreja Católica. “As novelas hoje estão mais bobas do que há dez ou 15 anos atrás. A classificação indicativa ficou mais rígida, porque, quando o PT assumiu, essa parte ficou com a Igreja Católica. Escrever novela é lidar com a moral média do público. Se fizer uma história em que, no primeiro capítulo, a mocinha aborta, atravessa a rua e vai fazer sexo por prazer será controverso e o público não a apoiará.”